Um fim-de-semana de trabalho também pode ser bom?
Pode pois.
Houve, há umas semanas, um fim-de-semana corrido, com diversos trabalhos em mãos, mas que soube a mel e a chá de limão quentinho. Quero dizer que, apesar de cansativo foi um fim-de-semana tão bom que podia repetir-se sempre.
O sábado começou cedo. Levantei-me e, de roupa velha no corpo preparei-me para sair. Beijinho no L., que devia estar para lá dos sonhos depois de ter trabalhado até de madrugada. Beijinho na M que, voluntaria ocasional estava cansada e optei por deixar ficar no quentinho da cama, desta vez. Passei a manhã no abrigo da APA, entre cocós e lambidelas, mas é um "trabalho" sempre recompensado. São muitas as vezes que não apetece ir, não minto, mas saio de lá sempre revitalizada e infinitamente mais rica, emocionalmente. Depois do almoço e já na companhia dos meus companheiros de festa, fomos para a casa de campo. Mentira, isso queria eu. Mas fomos até à aldeia, onde apanhámos laranjas e tangerinas das árvores sempre na companhia de uma ovelha de lã cinzenta da poeira, mas ainda assim a convidar a um aconchegante abraço. Seguiu-se a lenha. Cortar, pôr no carro, acartar para o sotão (é daquela lenha de qualidade que aquece 3 ou 4 vezes, isto sim é economizar). Deixar o robot a fazer o jantar e o bolinho e tratar do banhos. E da lareira. A primeira vez que acendemos a lareira na nossa casa. Uma felicidade tão simples que ainda hoje me deixa de sorriso no rosto. O serão foi passado entre abraços e chá, bolo e Harry Potter. Pode lá haver melhor serão!
Desde que passados com quem amamos, e sem o tic tac do relógio a martelar constantemente na cabeca, até um fim-de-semana de trabalho nos consegue fazer sentir donos do mundo. Havemos de "comprar" mais fins-de-semana destes, comprar com tempo. Tempo para nós, para cada um de nós e para os outros. Tempo para respirar e para contemplar. Tempo para abraçar. Experimentem abraçar com tempo e vão ver como fica tudo mais claro. Tempo é dinheiro e se, hoje em dia, o nosso sucesso se mede pelo nosso dinheiro, deixemos que seja também medido pelo tempo que passamos a fazer o que realmente nos torna felizes. Não com o que nos deixa felizes porque essa felicidade é passageira, mas com o que nos transforma em pessoas felizes.
Amem com tempo e vivam sem pressa. Talvez uma resolução de ano novo?