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O melhor do Mundo

26
Jun19

Dia da contemplação II

Como disse na publicação anterior, quando reservamos a observação de cetáceos, escolhemos a atividade de dia completo. A manhã seria passada em alto mar e a tarde no Ilhéu de Vila Franca. Este lugar peculiar está classificada como Reserva Natural e por isso, tem o número de visitas diárias limitadas. O transporte é feito de barco e apenas o Clube Náutico de Vila Franca do Campo tem autorização para atracar neste local. 

O dia da nossa visita foi próximo ao Red Bull Cliff Diving que se realiza precisamente no ilhéu (já devem ter visto imagens) e apanhámos a preparação do evento. Ainda assim o espaço estava bastante tranquilo e tivemos oportunidade de observar as plataformas dos saltos e tenho uma coisa a dizer: há gente muito chalupa para saltar daquela altura, para o meio de rochas.

Relativamente ao ilhéu, posso dizer que adorámos. As águas límpidas são casa para espécies de peixe lindas. Nunca tinha feito snorkeling e fiquei encantada. Passei todo o tempo que estivemos na ilha dentro de água a observar os peixes. Havia um pequenino, branco, com uma barbatana com todas as cores do arco-íris, um que ficava completamente camuflado na pedra do fundo, e um preto com um risca azul que parecia libertar luz. Adorei mesmo a experiência e aconselho vivamente. Já tinha ideia de tirar um curso de mergulho e esta experiência só contribuiu para aumentar essa vontade. Falta-me tempo (€).

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O regresso foi um pouco atribulado, mas ao mesmo tempo divertido. O mar estava a começar a ficar revolto e o capitão do barco estava a adorar atirar o barco contra as ondas para nos molhar. 

Como esta era a nossa última noite na ilha, e tínhamos lido maravilhas sobre o pôr-do-sol de Mosteiros, não quisemos perder.

Fomos ao hotel tomar banho e preparar as malas para o regresso do dia seguinte e fizémo-nos à estrada.

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Não há muitas palavras para descrever este pôr-do-sol foi seguramente o mais bonito que já vi. Havia algumas nuvens, mas só contribuiram para tornar a imagem ainda mais pitoresca. 

Se forem a São Miguel, não percam este pôr-do-sol por nada.

25
Jun19

Dia da contemplação I

Uma das nossas grandes motivações para visitar os Açores, era a observação de cetáceos.

Há uns anos fomos passar um fim-de-semana prolongado à Arrábida e depois fizemos o passeio no Sado para observação de golfinhos. A taxa de avistamento é de cerca de 95% mas, adivinhem quem esteve naquela pequena percentagem dos azarentos que só vê alforrecas? Sim, nós...

Nessa altura a M. manifestou desejo de ver baleias e como somos pessoas que gostam de realizar sonhos, não descansámos enquanto não a levamos aos Açores para tentar realizar esta experiência, com o bónus de podermos ter sorte de ver baleias e golfinhos.

Havia imensa oferta, mas optamos pela Picos de Aventura, tendo escolhido a atividade de um dia inteiro, em que parte desse dia seria passado no Ilhéu de Vila Franca. 

Se estão a acompanhar o diário da nossa viagem, devem ter visto aqui que houve uma coisa que correu menos bem. O nosso relato chegou ao dia e ao momento. Pela introdução, já devem calcular do que se trata. 

Antes da partida para o mar, houve um briefing onde nos foram mostradas todas as espécies que podem ser observadas ao largo da ilha, desde espécies residentes a espécies em migração. Partimos com a expectativa elevada. Navegámos, navegámos e nada. Iamos ouvindo algumas coisas no rádio (há pessoas em terra a tentar captar indícios de baleias e a orientar o barco), mas nada promissor. Também nos tinham sugerido que tentássemos ver os "repuxos" das baleias pelo que as nossas cabeças pareciam antenas. E nada. 

Começava mesmo a sentir-me frustrada, uma vez que também aqui a taxa de avistamentos é elevada, e na sede da empresa havia um mapa com os avistamentos. No dia anterior tinham sido vistas diversas espécies, tanto de baleias como de golfinhos. E nós nada.

Apesar da frustração temos que ter sempre em conta, quando partimos para estas experiências, que estamos a lidar com vida selvagem e que (felizmente) não a controlamos.

Entretanto o rádio lá dá um sinal, e o barco vira bruscamente de direção (movimento controlado, claro). Afinal havia alguma esperança.

Neste tipo de experiências, para garantir a intervenção mínima na vida dos animais, quando se deteta um grupo a aproximação é feita por trás ou pelos lados, nunca cortando o caminho. Quando estamos relativamente perto, o motor abranda e são os animais que decidem (ou não) aproximar-se de nós. Esta informação deixou-me descansada pois apesar de querer muito ver baleias e golfinhos no seu habitat, não queria perturbá-los mais do que já fazemos com a poluição e pesca.

Começámos com os golfinhos Roaz.

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Um grupo relativamente grande e tradicionalmente brincalhão, que se fartou de andar à volta do barco e fazer acrobacias, saltos e cambalhotas. Senti-me uma criança tal era a minha alegria de os ver ali, livres. A M. também estava a gostar, mas penso que o facto de estar em alto mar a deixava um pouco assustada e não gozou a experiência na totalidade.

Apesar de neste vídeo eles estarem um pouco longe, os Roaz chegam bem junto do barco e saltam mesmo ao nosso lado. Nesse momento aproveitamos para ver com os olhos, como diz o L.

Entretanto o grupo começou a dispersar, havia vários barcos na zona e eles queriam fazer a vontade a todos , e pusémo-nos novamente a caminho, em busca de novos grupos/espécies.

Vimos mais alguns grupos de Roaz, sempre dispostos a brincar.

Por fim, vimos os golfinhos Risso, uma espécie mais tímida e muito diferente, devido às características cicatrizes que apresentam por todo o corpo. Apesar da timidez, aproximaram-se bastante do nosso barco e conseguimos vê-los bastante bem, penso que nos quiseram compensar por não haver baleias à vista naquele dia.

O vídeo está um pouco pixelizado, mas tivemos que fazer algum zoom para que ficassem visíveis no vídeo. Ainda assim dá para perceber como são diferentes do Roaz.

Apesar de não termos alcançado o objetivo, ficámos muito felizes com os golfinhos e queremos muito repetir.

Este dia estava destinado a contemplar a Natureza no seu melhor, e não ficámos por aqui. Conto-vos o resto do dia na próxima publicação.

17
Mai19

As furnas

Os Açores cheiram a puns. Estou a brincar, o cheiro nos Açores é puro, o que realça ainda mais o cheiro das furnas. Acreditem em mim, não é agradável. 

Este era o dia para comer o cozido das Furnas. Tinhamos planeado ir bem cedo para ver a colocação das panelas debaixo do solo, mas infelizmente não chegámos a tempo. Quando chegámos junto da Lagoa das Furnas imperava o silêncio e não se via ninguém.

Ainda era bastante cedo e estava frio, apesar de nesta zona o chão ser quente, pelo que decidimos dar uma volta a pé junto à lagoa. Há imensas fumarolas e por vezes a brisa lá trazia o cheiro característico da zona.

Fizemos a reserva no restaurante e à hora marcada lá estavamos. Cozido à portuguesa é um dos meus pratos preferidos, mas não fiquei fã do cozido das Furnas. Em determinados alimentos, o sabor é muito intenso, o que não quer dizer que seja mau, e considero o cozido que costumo comer mais rico e variado. Apesar disso, não é um prato péssimo e sem dúvida que todos os que visitam São Miguel devem experimentar.

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Nas zonas mais próximas das fumarolas, tanto perto da Lagoa como em Furnas, o cheiro era bastante intenso ao ponto de a M. andar nauseada e só pedir para ir embora. Apesar de achar interessante a água borbulhante a sair do solo, e a paisagem que também aqui é linda, o cheiro estava mesmo a incomodá-la.

Compensámos com uma tarde no Parque Terra Nostra e lá lhe passou o enjoo, que ela só queria era banhos quentes.

Começámos pela famosa piscina de água amarela e, naturalmente, quentíssima. Tão quente que por vezes tinha que me apoiar nos muros para ter parte do corpo fora de água para arrefecer, que já me sentia a cozer por dentro. Mas sair de água? Nem pensar, estava mesmo a adorar aqueles banhos. 

Entretanto fui abandonada pelo L. e pela M., que apareceram pouco depois a chamar-me para ir para outras piscinas que tinham encontrado. Estas já não eram amarelas, eram mais semelhantes à Poça da Dona Beija (falei aqui), mas igualmente quentes. O cenário em torno destas piscinas era paradisíaco.

Mas o Parque Terra Nostra não é só banhos, dá para passear pelo enorme jardim, de natureza exuberante.

Terminámos o dia com a visita à Lagoa do Fogo. O tempo estava a ficar mais farrusco, mas ainda assim tivemos sorte e conseguimos ver a lagoa, que mesmo com o céu escuro e carregado, tinha apresentava um azul incrível, pouco visível nestas fotos.

O tempo nos Açores é muito instável e podem apanhar chuva torrencial seguida de abertas que permitem ver as belíssimas paisagens de São Miguel.

16
Mai19

Produzido nos Açores

O segundo dia foi escolhido para conhecer os produtos produzidos no Açores e que são bastante famosos: ananás e chá.

Começámos pela Plantação de Ananases A. Arruda. É um espaço relativamente pequeno e que se visita em pouco tempo, mas nem por isso deixa de ser interessante. Nas diferentes estufas podemos ver as diversas fases da produção do Ananás dos Açores, que mantêm os métodos de cultivo tradicional, e que é único no mundo. 

Seguimos para a Plantação de Chá gorreana. Sabiam que é nos Açores que se encontra a única plantação de chá da Europa? 

Como visitámos a Gorreana num domingo, a fábrica não se encontrava em funcionamento, ainda assim pudémos ver as máquinas, os sacos com as folhas de chá já secas e, claro, visitar os campos. O cheiro é maravilhoso, tanto no interior do edífico como fora. Durante a visita há um espaço para degustação do chá e foi aqui que fiquei rendida ao chá verde Gorreana. Costumo beber chá verde com alguma frequência, mas admito que me custa horrores pois considero o sabor bastante desagradável. O chá gorreana bebe-se lindamente ao natural. Claro que trouxe um saquinho e tem sido ótimo continuar a saborear as férias, mesmo já tendo passado quase um ano. 

Com o objetivo para este dia cumprido, fizémo-nos à estrada sem destino. Caiu uma valente chuvada e julgamos o dia perdido, mas foi apenas um susto. Decidimos seguir as indicações para uma lagoa menos conhecida, a Lagoa do Congro e foi a grande surpresa desta viagem. Como é menos conhecida, comparativamente com as Sete Cidades ou mesmo a Lagoa do Fogo, nunca tinha ouvido falar dela, nem tinha visto fotos. É uma lagoa que fica escondida pela vegetação, com um acesso muito pouco intervencionado, e espero que continue assim, pois essa é parte da sua beleza. Vejam vocês mesmos.

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O caminho até à Lagoa do Congro foi sempre acompanhado pelo cantar animado de dezenas de pássaros, parecia cenário de filme. 

Por fim, e para terminar o dia, acabamos por aceder aos pedidos recorrentes da M. para irmos aos banhos quentes. 

Fomos até à Poça da Dona Beija. O cenário envolvente é deslumbrante e estávamos todos ansiosos por experimentar água quente ao natural, algo que não apanhamos pelo continente. Sabíamos que a água era quente, mas não estávamos à espera que fosse tanto, íamos saindo de lá cozidos. 

Dica: não levem fatos de banho novos nem de cores claras. A água é ferrosa e, apesar de ter imensos benefícios para a pele e corpo, pode manchar ou estragar os fatos de banho.

Experimentámos as diferentes piscinas, várias vezes, e podíamos ter lá ficado horas, não fosse a fome começar a apertar. 

Enquanto estávamos a banhos, começou a cair uma chuva ligiera que, na verdade, soube muito bem, para contrastar com as temperaturas elevadas da água das piscinas. Na verdade, a chuva tornou o momento ainda mais perfeito.

Até agora só dizemos maravilhas, mas a verdade é que adorámos mesmo esta ilha. apesar de me falaram do "síndrome da ilha" , mudava-me para lá sem olhar para trás.

15
Mai19

Apaixonámo-nos por São Miguel

Chegamos a São Miguel por volta da hora de almoço, pegámos no carro, aconchegámos o estômago, que a fome já apertava, e fizémo-nos à estrada. A primeira paragem era, naturalmente, a Lagoa das Sete Cidades, postal maior dos Açores e a primeira imagem que toda a gente se lembra, mesmo que nunca tenha lá estado, devido à "lagoa verde e à laga azul". 

Nas nossas pesquisas deparámo-nos com diversas referências às ruinas do Hotel Monte Palace como um dos melhores locais para observar a lagoa. Não precisamos de procurar porque o edífico ergueu-se imponente logo que fizemos uma curva. O hotel em si é um pouco assustador pois, além de estar em ruínas, tem muitos destroços espalhados e é muito importante ter cuidado para evitar acidentes, especial cuidado se levarem crianças. As escadas não têm corrimão, os poços de elevador estão abertos e há imensas coisas no chão que podem provocar acidentes portanto, mais uma vez, cuidado às crianças e a pessoas com vertigens - eu, prazer! Apesar destes pequenos alertas, não deixem de subir pois vão ter um momento "UAU" que dificilmente repetirão. Entramos num dos quartos e o postal surgiu-nos à frente, com o extra do som dos pássaros e da brisa a tornarem a paisagem viva.

Observamos e absorvemos, tiramos imensas fotos, à paisagem e a nós, e depois subimos até ao telhado e mais uma paisagem deslumbrante. Aqui, além da lagoa, têm vista até ao mar e não vão mesmo querer perder.

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De seguida rumámos às piscinas naturais de Mosteiros. Aproveitámos apenas para passear junto ao mar, uma vez que estávamos mais motivados para os banhos quentes dos dias seguintes. Voltámos a Mosteiros noutro dia para uma experiência incrível,  mas depois mostro. :)

Quando nos preparávamos para ir para o Hotel, passámos pelo Miradouro da Boca do Inferno e ficámos, mais uma vez, deslumbrados. A paisagem é magnífica e transmite uma paz única. No total estavam cerca de 10 pessoas no miradouro, entre as quais três crianças, mas sem combinar, toda a gente fez silêncio ao mesmo tempo e estivemos ali largos minutos, a contemplar a paisagem deslumbrante que tínhamos à frente. Não minto quando digo que me arrepiei ao relembrar aquele momento.

Foi um ótimo dia para abrir o apetite.Os clichês de São Miguel fizeram as honras da casa e não se podiam ter portado melhor.

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