José Cid
Fui ver um concerto do José Cid.
Apesar de haver uma ou outra música que até gosto, com uma letra bonita, confesso que não sou grande fã.
No entanto, fiquei surpreendida. Primeiro, com a quantidade de músicas que conheço, que nos entram em casa, através da rádio e da televisão e que vamos ouvindo por aí que nos ficam no ouvido.
Depois, com a alegria e com a simplicidade dele em palco. Começou o concerto impreterivelmente à hora marcada (coisa rara hoje em dia), e falou para o público como se estivesse a falar com cada um de nós, individualmente, apesar de sermos umas largas centenas de pessoas.
Havia muita gente nova, mais um facto surpreendente, e até a M., com apenas 9 anos (infelizmente pouco motivada à cultura e ao que não sejam as hit musics), sabia algumas músicas.
E sabem o que me fez apreciar verdadeiramente o concerto? Além da postura do José Cid, o facto de não haver 345 mil erãs à minha frente. Hoje em dia, onde quer que vamos, há dezenas de pessoas, de telemóvel em punho a filmar o que acontece, sem no entanto estarem a ver e a viver o momento. Seja uma festa de EB 1 de Matacães, seja a Cerimónia do 10 de junho na Praça do Comércio ou o concerto do Anselmo Ralph. Não sei se por ser um concerto onde o público era maioritariamente mais velho, ou se pelo próprio ambiente do concerto, mas a rara aparição de um telemóvel ou tablet permitiu, de facto, uma vivência mais autêntica do momento.
Continuo a achar "Como o macaco gosta de bananas" a música mais sinistra de sempre, mas fiquei fã de um José Cid que não conhecia.