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O melhor do Mundo

19
Mar18

Não precisamos todos do melhor pai do mundo...

Precisamos de um pai que nos torne orgulhosos daquilo que somos.

Não posso dizer que tenho uma ótima relação com o meu pai. Talvez nem possa dizer que tenho uma boa relação com ele. Temos uma relação, assim crua, sem adjetivos.

Nem sempre foi assim. Felizmente tenho boas memórias do meu pai, durante a minha infância. Lembro-me de ficar feliz quando ele chegava a casa, de ele me ir dar sempre, sem excepção, um beijo antes de sair de casa para trabalhar, que me acordava e na altura me deixava chateada (ninguém gosta de ser acordado naqueles minutos finais do sono). Lembro-me de cócegas e de brincadeiras. Lembro-me de férias em família e dos almoços de domingo que eram sempre frango assado, e mesmo sendo sempre, não cansava, porque eram os únicos almoços todos juntos e no verão, até aconteciam quintal, com a melodia (e a ameaça) das abelhas a pairar no limoeiro.

Mas também me lembro de ele ter sido, sempre, uma pessoa teimosa e pouco flexível.

Depois, com o passar dos anos, com a maturidade e com o moldar da minha própria personalidade, fui resgatando memorias e atribuindo traços de personalidade a essas memórias.

Ao meu pai só interessava se passávamos de ano, não sabia quando tínhamos teste, que matéria andávamos a dar. Não perguntava se éramos felizes com os nossos amigos, queria saber quem eram os pais deles e qual era o ganha pão deles. Não perguntava como tinha sido o nosso dia, mas chegava a ralhar devido a mal entendidos, a coisas que apanhava no ar. Não perguntava se o que tinha idealizado para nós nos faria felizes, no preenchia. 

Durante a minha adolescência, eu segui um caminho bem diferente do dele. Se fisicamente somos parecidos (dizem que sim mas ainda estou para descobrir essas parecenças), no que respeita à personalidade, somos água e azeite.

Para mim mudar de desporto todos os anos era vontade de querer experimentar tudo, era curiosidade. Para ele era não gostar de nada. Para mim, hoje, mudar de emprego, por opção, com alguma regularidade é ambição, para ele é insatisfação. Para mim igualdade de direitos independentemente do género, raça, orientação sexual, é um direito fundamental, para ele os homossexuais são "essa gente", a expressão "os pretos" é utilizada de forma pejorativa e as mulheres devem conter-se mais que os homens.

Ao longo dos últimos 10 anos, a minha relação com o meu pai foi-se tornando mais frágil, muita coisa aconteceu que levou a isso. Somos, mais uma vez, água e azeite mas, somos também polos opostos que, apesar de tudo, ainda têm algum magnetismo. Fraco, mas ainda se atraem. Ainda há dias bons, ainda há coração a bater com esperança que tudo volte à magia das cócegas e dos beijos da manhã.

Apesar destes últimos dez anos, continua e continuará a ser o meu pai, porque sem ele, sem este seu feitio, sem estas suas características, eu também não seria quem sou. E gosto tanto de ser quem sou!

04
Mar18

Desafio 1 mês vegan #1

Há algum tempo que falo em tentar ser vegetariana ou, pelo menos, fazer alguma refeições vegetarianas ao longo da semana. Desta forma, reduzo o consumo de carna e peixe e, consequentemente, a pegada ecológica. Pensando bem, não é muito difícil basta a refeição ser apenas sopa, o que acontece muitas vezes ao jantar. Mas, além destes casos, queria substituir em algumas refeições a proteína animal pela proteína vegetal. Fui adiando até que decidi que em março iria cumprir um regime vegan. Eu sei que não é a mesma coisa, mas tenho ouvido falar bastante do "detox" vegan e, após algumas pesquisas decidi experimentar. Parece que março é mês de decisões para mim, o ano passado comecei a correr, este ano foi altura de me atirar de cabeça para uma alimentação mais amiga do ambiente e, aparentemente mais saudável. 

Até agora, tudo joia. Tenho conseguido fazer refeições completas sem grande problema, tem-me sabido bem e estou descontraída. As refeições intermédias também têm estado a correr bem, mas tenho que começar a arranjar alternativas. Já vi algumas receitas de "queijos" vegan e quero apostar nisso. Este fim-de-semana já não deu tempo, apesar de ter passado o fim-de-semana enfiada na cozinha, não consegui passar dos hamburgueres de grão, dos rissóis e das panquecas. Tinha planeado fazer muito mais, mas paciência.

Dos pratos que já experimentei tenho gostado bastante e penso que não terei muita dificuldade em ultrapassar este mês e, posteriormente, em manter a maioria das refeições dentro deste estilo. No entanto, a maior dificuldade é ter que fazer tuuuuudo em casa, passar muitas horas na cozinha, seja porque não há alternativas prontas ou quando há são tudo menos saudáveis ou caras.

E quando o mês terminar? Bom, o tempo e a vontade dirão. O que penso que vai acontecer é que vou voltar a comer ovo (definitivamente, meus amores) e alguns produtos lácteos, como o queijo. Leite e iogurtes já não consumo há algum tempo, por isso nem sequer são uma questão neste momento. O peixe poderá marcar alguma presença na minha alimentação mas quero reduzir a carne apenas a situações excecionais como jantares em casa de familiares, pois não me sinto no direito de pedir outra coisa e parece-me incorreto aceitar o convite e depois levar comer, ou momentos em que não haja mesmo alternativa.

Essencialmente, vou fazer o que o meu corpo me indicar e o que me fizer sentir bem. 

Vou deixando aqui alguns relatos, e podem ainda ir seguindo algumas refeições pelo instagram: https://www.instagram.com/0.melhor.do.mund0/

30
Mar17

1º mês

Não, não estou grávida (Cruzes canhoto).

Foi um mês de corridas, não todos os dias que a maluqueira ainda não chega para tanto, mas de um exercício regular.

Pensei que fosse mais dificil começar e implementar o hábito, mas aconteceu de forma muito natural. Falar disso, e mostrar que o fazia, ajudou. Tinha vergonha de correr na cidade porque as pessoas que conheço me iam ver com aquela cara de sofrimento e com a cor de quem acabou de empinar um barril de vinho. Tinha vergonha de me cruzar com outras pessoas que também faziam desporto. Tinha vergonha de ser gozada por quem passava no carro, apitava e dizia uma piada. Não contava às pessoas que me são próxima porque se desistisse 4 ou 5 dias depois iam perguntar: então e as corridas, já desististe? Ia dar a ideia de falhanço e eu não queria isso. 

Afinal estava a pensar completamente ao contrário. Se as pessoas que conheço me virem a correr, até podem ver a cara de sofrimento, mas vão ver também uma pessoa a esforçar-se por ser mais saudável e a fazer aquilo que eles próprios não fazem, e se calhar até gostariam, mas o sofá é mais confortável. Se me cruzar com outras pessoas que correm, vou cruzar-me com pessoas que estão no mesmo barco que eu. Umas já o fazem há mais tempo e já aguentam melhor o esforço, outras começaram depois de mim e se calhar até sou um exemplo para elas, quem sabe? Se as pessoas no carro gozarem, é sorrir e acenar, de carro qualquer pessoa anda, a correr só quem tem força de vontade. Contei a tantas pessoas quanto me apeteceu. E é verdade que essas pessoas me perguntam se fui correr e como andam as corridas. E eu respondo, orgulhosa, que estão bem. Um pouquinho cada dia, que não tenho pressa de atingir objetivo algum.

Já noto algumas diferenças no meu corpo, o que é normal uma vez que ao exercício físico tenho aliado uma alimentação mais cuidada. Mas acima de tudo, a diferença interior é a que mais se nota. E essa, quero que continue a crescer, mês após mês.

 

Quanto à minha APP de corrida, tenho a informar que vou fazer-lhe o mesmo que ela me tem feito. Além de me abandonar descaradamente aos 2 km todos os dias, depois cala-se que nem um rato, apesar de continuar a contar (já alterei definições mas acho que o que se consegue com a parte gratuita é mesmo só isso), tem dias que faz a contagem decrescente e depois vai dormir, deixando à mercê da minha imaginação quanto corri naquele dia e em quanto tempo. Shame on you! Vais ser trocada. Beijinho

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