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O melhor do Mundo

09
Jul19

Ecologia no feminino - menstruação

Apesar de a ecologia ter que ser pensada de forma global, há determinados aspetos, das rotinas e necessidades de cada sexo, que são específicas e que têm que ser pensadas dessa forma individual.

Por isso mesmo, decidimos criar uma série de publicações sobre este tema em que vamos falar sobre algumas mudanças ou adaptações que já fizemos, apesar de o caminho ainda ser longo.

Na escola, falámos das diferentes características físicas de cada sexo e das implicações que isso teria no dia a dia de cada um. Em casa, falámos também do assunto e ensinaram-nos como lidar com essas características, nomeadamente com a menstruação.

Esta primeira publicação sobre o tema, vai pois ser sobre menstruação e o assunto vai ser abordado sem tabus e sem rodeios pois pretendo que a experiência na primeira pessoa seja, acima de tudo, elucidativa.

Há cerca de 20 anos, quando tive a primeira mentruação, as alternativas que me foram apresentadas para enfrentar estes dias foram duas: penso higiénico e tampão. Nunca achei graça a nenhum dos dois, eram dias horríveis e de desconforto, quando o método escolhido era o penso, mesmo quando trocado com frequência, o odor era horrível e sentia imenso o escorrimento da mentruação, mas não tinha alternativa e tinha que aguentar.

Normalmente utilizava o penso, mas nos últimos tempos optei por usar sempre tampão, por achar o penso muito desconfortável. Continuou a ser um martírio pois, com o passar dos dias o canal começava a ficar muito seco e tornava-se um tormento colocar o tampão.

Foi nesta altura que comecei a dar alguma atenção ao copo menstrual. Já tinha ouvido falar desta alternativa, no entanto a minha primeira reação tinha sido de repúdio. O conceito fazia-me confusão - recolher a menstruação num copo, no qual iriamos segurar, para despejar e voltar a colocar - e não me interessei por ele durante algum tempo.

Quando a minha irmã me disse que já tinha comprado há alguns meses, e que estava super satisfeita, que era o método mais confortável que conhecia (e ela pratica imenso desporto) e que era bastante prático, fiquei ainda mais interessada.

Fiz bastantes pesquisas (blogs, sites das marcas, youtube, etc) mas ainda assim adiei durante um tempo a compra, por ser um investimento ainda considerável (mito), mas desde que dei o passo que considero que foi a melhor coisa que fiz. Hoje os dias da menstruação, apesar de obviamente não serem nenhum sonho, são muito mais confortáveis e normalmente até me esqueço que estou nessa altura do mês.

Vou enunciar algumas vantagens do copo menstrual mas aconselho, naturalmente, a fazerem as vossas pesquisas.

1- Conforto: foi propositadamente colocado como primeiro ponto pois é mesmo muito confortável. O copo encaixa perfeitamente no nosso corpo e cria um vacuo que o segura no lugar. É tão confortável que me esqueço mesmo que o estou a utilizar.

2 - Segurança: são cada vez mais as notícias que dão conta dos químicos presentes nos pensos higiénicos e tampões. Acresce o facto de, ainda que com trocas frequentes, o sangue estar algum tempo em contacto com a pele, podendo causar complicações. O copo menstrual é feito com silicone médico e não causa secura, infeções e não agride a flora vaginal.

3 - Ambiente: já pensaram na quantidade de pensos higiénicos/tampões que uma mulher deita para o lixo ao longo da vida reprodutiva? É um número abismal e preocupante. O copo menstrual pode durar até 10 anos. É fazer as contas à quantidade de lixo que não vamos mandar para o aterro (ou sabe-se lá para onde).

4 - Preço: quando acima referi que era mito ser um investimento grande, é mesmo. Quando comprei o meu não havia opções a menos de 30€ mas agora até já há mais baratos. Mas ainda que se mantivessem os 30€, basta calcular de quanto tempo precisaríamos para gastar esse valor em absorventes. Daí até ao fim do ano é lucro. E durante mais 9 anos. 

5 - Praticidade: ao contrário dos pensos higiénicos e dos tampões, que têm que ser trocados várias vezes ao dia, tanto por questões de higiene como por questões de saúde (e até pelo conforto/capacidade de absorção), o copo menstrual aguenta bem 12 horas e até nos guias a troca duas vezes por dia é tida como suficiente. Quer isto dizer que, despejo/lavo de manhã e à noite e é suficiente. Imaginem um dia de praia em que tinham que passar o tempo todo a ir trocar o tampão, com o copo menstrual esse problema desaparece.

Além do copo menstrual há outra alternativa que também começa a ganhar expressão, mas essa não me chama de todo a atenção: os pensos reutilizáveis. Tudo o que referi anteriormente relativamente aos absorventes descartáveis deve aplicar-se nesta situação (à exceção do custo - monetário e ecológico), com a agravante de que ainda não consegui perceber onde guardaria os pensos que trocava ao longo do dia. 

Se estiverem interessadas em mudar, pesquisem bastante para perceberem qual o melhor método para vocês e, em caso de dúvida, porque não falar com o ginecologista?

Fiz a simulação abaixo no site da OrganiCup e podem ver a minha poupança em dois parametros acima referidos. Façam vocês também o cálculo e vejam quanto podem poupar.

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24
Abr19

Ecologia e consumismo no dia Mundial da Terra

Vem com dois dias de atraso, mas na realidade o dia da Terra é todos os dias. Tenho este post pensado há algum tempo, no entanto este tem-me fugido. Aqui fica um resumo daquilo que tem sido a minha jornada para uma vida mais ecossustentável, que espero que apreciem e que vos possa ensinar alguma coisa. Por aqui, a luta continua.

Nos últimos meses, felizmente, a onda verde cresceu a olhos vistos. Cada vez mais gente está alerta para os problemas causados pela ação humana na natureza e são cada vez mais aqueles que tentam mudar comportamentos para reduzir o seu impacto. Ainda somos poucos (se tivermos em conta a quantidade de pessoas que se passeiam ao cimo da terra) e muitos de nós ainda desenvolvemos ações de pequena escala. Mas o início já é parte do caminho e tudo vale a pena.

Sigo algumas páginas no Facebook e Instagram e também faço parte de alguns grupos, onde aprendo imenso. Há de tudo: desde redução do lixo, reaproveitamento, alimentação "alternativa", cosmética, produtos de limpeza, e muito mais.

Há, também, cada vez mais ecoshops que vendem imensos produtos muito úteis e dão dicas super importantes sobre objetos e materiais do dia a dia mais ecológicos, muitos dos quais por vezes nem nos lembrávamos.

Isto é tudo ótimo, é verdade, mas penso que temos que medir velocidades e, se por um lado precisamos de acelerar e unir esforços para o nosso impacto ser menos sentido, por outro precisamos de abrandar na compra de materiais ecológicos.

Quantas vezes não substituímos coisas que temos em casa por outras mais ecológicas, mas que ainda tinham vida útil, apesar de não serem fabricadas dos materiais ideais? É bom substituir e comprar ecológico, mas deviamos começar a pensar duas vezes se precisamos mesmo daquilo. Eu já fiz algumas compras, principalmente nos últimos meses, mas penso que foram todas bem pensadas: comprei escovas de dentes de bambu, sacos de algodão para a fruta (já trazia o máximo a granel e dispensava o saco de plástico, mas assim torna-se mais prático), lenços de pano e panos para as sandes com interior impermeável, substituí o gel de banho por sabonete (embalado em papel). Tinha várias outras coisas na minha lista de compras, mas felizmente pensei bem antes de comprar. Ficam alguns exemplos:

- escova de cabelo em bambu: a minha escova (em plástico) ainda está ótima, estaria a deitar fora um objeto em bom estado sem necessidade;

- garrafas para a água em vidro: tenho duas da Decathlon, de plástico, há mais de um ano. Apesar de o plástico não ser o material ideal, ainda estão boas e não havia necessidade de me desfazer delas para já;

- cosméticos natuais, bio e em embalagens reutilizáveis: não uso muitos cosméticos mas dei uma volta aos armários e descobri dezenas de embalagens, principalmente de cremes. Optei por gastá-los primeiro e depois procurar alternativas. Na verdade, o que mais gosto de utilizar e mais efeito noto é máscara de argila. Compro argila em pó, normalmente no Intermarchê, vem em embalagem de papel e dura eras.

- detergentes para a casa: tenho visto alternativas simples, ecológicas e que de certeza que ficam muito mais baratas, e com bom feedback. Mas ainda tenho bastantes produtos que tinha comprado e vou gastá-los primeiro. Depois fico com os despensadores para colocar os detergentes caseiros.

- molas de madeira: é verdade que sou um desastre a estender a roupa e há muitas molas que vão parar à varanda da vizinha, mas as que tenho ainda me chegam. Quando precisar de reforçar o stock optarei provavelmente pelas de madeira.

Há imensas coisas simples que podemos mudar, que farão pouca diferença na nossa vida e nas nossas rotinas mas farão uma grande diferença no planeta. Não podemos pensar que somos só uma gota no oceano, porque se todos pensarmos assim, será todo um oceano a não querer saber. Não é só um saco, não é só uma escova ou um cotonete. É a vida de todos os seres vivos, incluindo a nossa que está em causa.

E vocês, já fazem a vossa parte?

22
Fev18

Menos impacto ambiental com o café do Lidl

O café está a marcar pontos aqui em casa no que respeita à redução da pegada ecológica. No primeiro post falei sobre o café no trabalho, desta vez falo da redução do impacto ambiental com o café em casa. Na verdade, esta redução não foi planeada, mas é também bastante importante, acima de tudo porque ajuda a reflectir sobre pequenos gestos do dia a dia acerca dos quais nem sempre nos apercebemos das asneiras que andamos a fazer.

Já falamos, aqui em casa, em mudar de máquina de café, para uma daquelas com moinho e deixar as cápsulas (desperdício de plástico astronómico). Infelizmente estas máquinas são caras e a carteira ainda manda muito. Lá chegaremos.

Mas as cápsulas não são o único vilão do desperdício no que respeita às bebidas. No início do mês comprei diversas variedades de chá e, quando fui arrumar fiquei estupefacta ao consciencializar-me bem do que estava a fazer. Vou desconstruir para perceberem: o chá vem dentro das embalagens submergíveis, que por sua vez vêm dentro de uma embalagem individual de papel, que vêm dentro de uma caixa de cartão que vem dentro de uma embalagem de plástico. Deve ser um bicho muito mau, o chá, para ter que vir fechado dentro de tantas embalagens.

Com o café a situação é semelhante. Por vezes compramos cápsulas da marca do Lidl e, numa das poucas vezes que tirei café para mim pensei: mas porque raio é que a cápsula, que já vem dentro de uma caixa de cartão, ainda tem que vir individualmente embalada em plástico?

Esta semana tive que comprar café, percorri a prateleira com os olhos umas quantas vezes e não estava a encontrar. Havia uma embalagem com a mesma imagem mas com metade do tamanho. Pensei: tu queres ver...? 

Pedi ajuda à funcionária, que prontamente me esclareceu que tinham retirado a embalagem individual de plástico e as cápsulas vinham mais arrumadinhas. Só não dei dois pulinhos de alegria logo ali porque tenho uma reputação a manter ( por acaso até não, mas fica bem dizer). 

Cheguei a casa, abri logo a caixa e sim senhor, cápsulas toda arrumadinhas, sem embalagem de plástico. 

Com esta alteração o Lidl não só reduziu a quantidade de plástico desperdiçado como também reduziu a quantidade de cartão, já que a caixa passou a ter cerca de metade do tamanho.

Muito bem, Lidl!

 

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15
Fev18

Sumo caseiro: mais saúde, menos impacto ambiental

Onde tem sido mais fácil diminuir a nossa pegada ecológica é nas lancheiras do L. Tenho muitas ideias em mente, muitos projetos, mas vão sendo adiados por diversos motivos.

Hoje apresento uma ideia que, mais uma vez, além de diminuir o impacto ambiental da nossa existência, nos permite poupar e, desta vez, ainda tem mais um bónus: é mais saudável.

Apesar de em casa termos cortado por completo com os sumos (salvo ocasiões especiais), o L. gosta de levar para os almoços e jantares no trabalho. E, com os horários que tem, vejo-os como um miminho. 

Além do montante gasto mensalmente no supermercado só a comprar pacotes individuais de sumo, carregadinhos de açúcar (entre outras coisas), pensar na quantidade de lixo que era criado por nós, só neste pequeno gesto, era assustador.

A solução? Muito simples: pedi a uma amiga que trabalha num café que me guardasse algumas garrafas de vidro de Compal, que foram devidamente lavadas e esterilizadas. Depois, fizémos sumo em casa e colocámos nestas garrafas para fazer as doses individuais para ele levar para o trabalho.

Estas garrafas serão reutilizáveis até que se partam, logo não há desperdício da embalagem, os sumos são feitos por nós, e portanto sabemos exatamente o que levam (fruta e, eventualmente, mel) e ficam bastante mais baratos.

Desta vez fizemos néctar de pêra e de ananás/tangerina. O L. ficou fã dos sabores e ambos ficamos felizes por reduzir, mais um pouco, a nosso impacto ambiental.

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03
Nov17

Reduzir o impacto ambiental: começámos pelo café

Um dos objetivos cá de casa é, nos próximos anos, adotarmos progressivamente atitudes mais ecológicas.

Há várias atitudes que podemos tomar, umas mais fáceis que outras e, certamente, umas mais acessíveis que outras. Mas é precisamente por esse motivo, por não ser só estalar os dedos e tornarmo-nos imediatamente seres humanos com um impacto ambiental mínimo, que as atitudes vão mudando aos poucos, que dia-a-dia vamos mudando um ou outro comportamento ou forma de consumo para que consigamos chegar a um ponto de equilíbrio.

Começo esta partilha das mudanças que vamos fazendo pelo café. Eu não costumo beber café, só ocasionalmente com leite ao pequeno almoço. Já o L. bebe muito café, no mínimo uns 4 por dia. Costumava comprar na máquina do local de trabalho mas recentemente começou a levar açucar e café de casa e a fazê-lo ele próprio, uma espécie de café nas velhas. Inicialmente comprámos sticks de café e de açucar e levava dois de cada por dia. Dois sticks de café e dois sticks de açucar. E era aqui que estava o problema, a quantidade de lixo produzido diarimente de forma completamente desnecessária. Quando me apercebi deste erro partilhei com o L., que concordou imediatamente comigo. Qual foi a alternativa que arranjamos? Compramos embalagens grandes, tanto de café como de açucar, comprarmos caixas pequenas e vai enchendo consoante precisa. Quanto ao açucar, vem em embalagens de papel de um quilo, e dura imenso tempo. O café vem em frascos de vidros, que depois de vazios posso reutilizar para guardar outros alimentos.

E, pensando bem, ainda reduzimos o lixo produzido em mais uma vertente: o copo de plástico e a paletina que saiam da máquina com cada café, uma vez que desde que mudou a forma de consumir café no trabalho, mesmo quando levava os sticks, o L. começou a levar uma colher e uma chávena de porcelana na lancheira.

Além da redução no impacto ambiental da nossa família, esta mudança gradual também representa uma poupança em termos financeiros, uma vez que cada café fica considerávelmente mais barato do que os cafés da máquina.

 

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