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O melhor do Mundo

29
Jun19

Como dividimos as férias

Desde que ingressei no mercado de trabalho, sempre tive por hábito tirar vários períodos de férias ao longo do ano. O(s) período(s) mais longo(s) de uma semana, uma semana e meia, os restantes de um ou dois dias, conciliados com folgas ou feriados, para descansar ou para uma escapadinha.

O L. não tinha por hábito tirar férias, ou melhor, tirava férias no trabalho mas ficava por casa, pelo que não tinha preferência pela forma de dividir os dias.

Desde que estamos juntos ele aderiu ao meu sistema e felizmente temos tido sempre patrões flexíveis, que não obrigam ao período de 15 dias, por exemplo.

Há quem diga que um período de 2 semanas, no mínimo, é essencial, para desligar por completo da rotina, no entanto para nós este modelo tem resultado. É verdade que por vezes regressamos das férias cansadíssimos, mas felizes, o que dá para enfrentar novamente a rotina com maior ânimo.

Depois há o terceiro elemento da família, que só está connosco em alguns períodos do mês, a filha do L. No que respeita às escapadinhas por Portugal, tentamos sempre gerir de forma a que ela esteja connosco, para conhecer o máximo do nosso país. Quanto às viagens para fora, nos últimos 3 anos temos tentado fazer dois períodos distintos, um em que ela vai connosco, para conhecer mais mundo, sendo normalmente o destino relacionado com os interesses e com os sonhos dela. No segundo período vamos sozinhos, de mochila às costas, e costumamos passar por mais do que um local, vejam o relato da viagem a Bruxelas, Roterdão e Amsterdão, em 2017 (2018 e 2019 estão a chegar). Este é o nosso momento de namorar, de fugir da rotina, de sonhar, de nos esquecermos das responsabilidades e de sermos novamente só um casal de namorados. 

Desde 2017 temos conseguido manter esta "tradição", mas 2020 vai ser um ano de desafios. Já temos várias viagens planeadas, uma mais ambiciosas, outras mais ponderadas, em alternativa umas às outras (esta cabecinha não pára, e sonha muito), porque não sabemos mesmo como vai ser o ano em termos profissionais, mas o plano é manter esta rotina, duas viagens para fora, uma com M. e uma sem M., além dos passeios por Portugal.

Há mais famílias modernas por aí? Como gerem os períodos de férias?

27
Jun19

O Nordeste da Ilha

Como só tínhamos voo de regresso ao final da tarde, aproveitámos a manhã para conhecer a zona Nordeste da ilha. 

Desprezámos esta zona ao longo da nossa estadia e foi dos nossos maiores erros. É verdade que em 5 dias também não conseguiríamos correr toda a ilha e ver todos os pontos de interesse, mas o Nordeste é extraordinariamente bonito e merece tempo. 

Tivemos imensa sorte com o último dia em termos de condições atmosféricas, nem uma núvem no céu, o que nos permitiu ver a ilha de Santa Maria lá bem ao fundo. Ficámos a fazer-lhe olhinhos. 

Mas voltando ao Nordeste. A estrada até esta zona da ilha já é um bom presságio, verde de ambos os lados, cascatas que despontam de surpresa depois de uma curva, e paz. 

Fomos diretos ao Miradouro da Ponta do Sossego, que tem um nome muito bem escolhido. É sem dúvida das zonas mais bonitas, onde o verde da ilha encontra o azul do oceano, numa escarpa de flores. Parece cenário, juramos. 

Passeámos com toda a calma que o cenário exige e depois regressámos a Ponta Delgada. Não foi referido nos nossos relatos diários, mas todos os dias dávamos pequenos passeios pela cidade, até porque o nosso hotel era bem central e aproveitámos para fazer algumas caminhadas ao final do dia. Ainda assim demos, sem dúvida, maior importância às caminhadas de natureza, a descobrir os tesouros naturais da ilha.

Depois de almoço ainda fomos procurar os souvenir (costumamos comprar o clichê iman para o frigorifico) mas também trouxemos queijo da ilha, cuja compra é também uma experiência e bolo lêvedo.

Termina assim a nossa viagem por São Miguel mas brevemente teremos novos relatos dos Açores, uma vez que vamos voltar (desta vez só a dois) para conhecer outras ilhas.

08
Out18

Modas

Tenho andado ausente do blog, mas precisava de "desabafar" sobre este tema e achei que o aqui seria o local ideal. Espero que este regresso seja para durar, até porque tenho algumas coisas para partilhar, destes últimos meses.

Então, e qual é o meu problema com a moda? É simples. Porque é que anda toda a gente seminua na rua? Bem, toda a gente não é o termo certo. Refiro-me às jovens que estão a entrar e no auge da adolescência. Tenho 27 anos, não me considero velha, mas a juventude parece ter perdido um pouco a noção de respeito e amor próprio, parece que só se sentem bem a mostrar o corpo porque isso tem mais likes no Facebook e no Instagram e faz saltar mais piropos no dia-a-dia. 

Não sou das que defende que as mulheres que andam mais "despidas" se colocam em risco, não concordo que devemos andar de gola alta no verão, concordo que cada um tem direito a apresentar-se como quer, mas devia haver noção dos limites mínimos de decência. Vestir uns shorts ou um vestido transparente na praia ok, está dentro do contexto. Uma saia ou um vestido um pouco mais compridos nos dias de calor, tudo bem. Mas faz-me mesmo muita confusão ver miúdas de 14 anos a irem para a escola de "camisola" totalmente transparente. Com outfits em que a única parte do corpo que está tapada acima do cós das calças são os seios. Vão para a escola como se fossem para a praia. Mas, vistas bem as coisas, este verão quase que andaram mais tapadas na praia com todos os folhos e folhecos dos fatos de banho. Sim, porque este verão a moda eram fatos de banho.

Pergunto se os pais não vêm como as filhas vão para a escola. Será que elas levam a roupa escondida e trocam na escola? Os pais não vêm a roupa que compram para os filhos? Bem, quanto a esta parte, já assisti a pais a ofereceram às filhas de 14 anos aqueles Bralettes da Intimissimi para as filhas poderem andar na moda, portanto penso que já nada me surpreende.

E depois, claro, há as redes sociais. Miúdas de 14 anos, e daí em diante, em poses sensuais, a destacar deliberadamente o rabo e o decote, na praia, na piscina, com o bikini no quintal de casa, a mostrar corpos ainda em formação como se fossem supermodelos, super-bem-pagas para se esporem dessa forma. Só que as miúdas expoem-se de graça, em troca de likes. Os pais não controlam o conteúdo que os filhos expoem nas redes sociais?

Sei que parece discurso de velho do restelo, de mente do século passado, mas parece que se perdeu o respeito pelo corpo, pela intimidade. Assusta-me o futuro, quando estas jovens chegarem à idade adulta, chegarem ao mercado de trabalho, forem chamadas a votar, etc. Para que estes comportamentos sejam cada vez mais recorrentes, o que está a ser transmitido a estas jovens? Que valores?

20
Mar18

Relógio biológico

Sabes que o teu namorido tem um relógio biológico mais oleado que o teu quando, naquela altura do mês, se dá esta conversa:

Eu: Estou cheia de dores.

Ele: Então? Vem aí o Sr. Vermelho?

Eu: Sim. Ou isso ou o baby L.

Ele: Agora era bem feita que fosse mesmo o baby L.

Eu: ACHAAAAS? QUE HORROR!

Ele: Que horror? Um bebé é sempre bom.

Eu: OK, mas não agora!! Não temos vida para isso! Vá, como é que reagias se acontecesse?

Ele: Então, era fixe!

 

A questão é a seguinte, já quis muito ter filhos. Queria 4, depois tomei consciência da realidade e passei para 2. Atualmente não sei bem, sou meio bipolar no que à maternidade diz respeito. Acredito que seja a experiência de uma vida, que seja das melhores coisas que se pode sentir e viver, no entanto não sei se estou apta para essa responsabilidade, na primeira instância. Depois, há uma serie de outras questões, não sei se conseguiria cumprir todas as exigências e todas as perspectivas que tenho para a educação de uma criança, não sei se a conseguiria proteger de certos perigos cada vez mais comuns, não sei se conseguiria abdicar da vida que tenho agora. 

Tudo tem o seu tempo e, se tiver que acobtecer, será no tempo certo. 

 

26
Nov17

Descobrir a magia da pré-adolescência

Não tenho filhos. Quando vejo mães e pais com crianças que aparentam ter entre os 9 e os 13/14 anos, que estão ali numa fase em que não são carne nem peixe, em que já deixaram de ser crianças mas ainda não se sabe bem o que são, penso: deve ser uma seca. Penso, qual será o encanto desta fase?

Nestas idades, já não são as crianças com toda a sua ingenuinidade e graça, mas também ainda não são adolescentes, divertidos e desafiantes, e estão longe de ser os adultos companheiros que se deseja.  

A M. tem atualmente 9 anos. Conheci-a com 5 e, apesar de não ter vivido a fase mais infantil, a fase da descoberta do mundo concreto, sinto que já crescemos um pouco juntas.

A M. está a mostrar-me que esta fase, em que andam ali perdidos entre o ser e o não ser também tem o seu encanto. Aos 9 anos começam a mostrar, de forma mais inequívoca, a pessoa que serão. Aos 9 anos começam a estar mais alerta para o abstrato, para as relações entre as pessoas, para os sentimentos, para o significado das coisas. Começam a querer saber a verdade das coisas, a essência. Dão-nos sinais que estão mais atentos ao que acontece todos os dias, que pensam nos pequenos momentos e nas pequenas coisas que vão acontecendo à sua volta. 

O último fim-de-semana em que a M. esteve cá em casa deixou-me o coração tão cheio que, se tivesse dinheiro (e autorização) partia com ela numa viagem sem calendário. Uma viagem de descoberta para poder sorver esta fase tão boa.

Apesar de não ser mãe dela, e de não me caber a mim a função educativa, sinto que lhe devo passar alguns valores, que para mim são fundamentais. Porque sinto que há valores que se estão a perder e que, tendo eu oportunidade de os perpetuar com alguém das gerações que se seguirão à minha, tenho o dever de o fazer. Levo a M. comigo aos peditórios do Banco Alimentar e ao abrigo da Associação protetora dos animais. Converso com ela sobre assuntos que nos entram pela casa através da televisão, da internet ou dos livros, como a homossexualidade, a igualdade de género, o racismo, sobre o facto de não podermos por no mesmo saco toda a gente que tenha uma característica comum porque alguns deles fazem coisas más (ciganos, "pretos", muçulmanos, ...), sobre o facto de não termos o direito de gozar e inferiorizar alguém porque é diferente (porque é mais gordo ou mais magro, porque tem o nariz torto, porque tem uma defeciência, ...). Por vezes não uso as palavras concretas, por vezes não falo concretamente no assunto, mas entre as palavras proferidas fica a semente para a consciencialização.

No último fim-de-semana cá em casa, quando estava para regressar a casa da mãe, a M. pediu-me para levar um livro que comprei quando fiz estágio numa escola. Um colega de turma tinha andado a "gozar" com uma menina por ser mais gorda e ela queria pedir à professora que lesse o livro na aula. O facto de ela ter achado a atitude do colega errada e querer fazer algo a respeito disso, deixou-me cheia de orgulho, deixa-me lágrimas nos olhos cada vez que penso nisso.

A M. é uma menina doce e alegre e fico feliz por ver que se está a tornar numa menina crescida, consciente e alerta para as injustiças, que está pronta a arregaçar as mangas para ajudar e para fazer o que é correto. Esta foi apenas uma das situações, nos ultimos tempos, em que ela me fez ver como esta fase é encantadora, à sua maneira. A M. não pode ver um animal na rua sem achar que temos que fazer algo, não pode ver um peditório sem achar que precisamos de ajudar, não pode ver uma pessoa a ser inustiçada sem querer intervir. 

Minha querida M., obrigada por me mostrares a beleza desta fase, a magia do crescimento e do desenvolvimento de menina a futura mulher, obrigada por me ajudares a manter a esperança num futuro justo.

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