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O melhor do Mundo

01
Nov17

Perder um animal de estimação

Perder um animal de estimação foi das piores coisas que já vivi. Sempre tive animais de estimação, mas desde há uns anos comecei a sentir realmente a importância que têm na minha vida. Pela companhia que me fazem, pelo amor verdadeiro e puro que me ensinaram a sentir, os meus animais têm cada vez mais importância na minha vida.

Atualmente, como vivemos num apartamento, temos apenas gatos, e um projeto para ter peixes. Depois tenho também os meus meninos da Associação Protetora dos Animais local, os cães a quem dedico todo o meu carinho e de quem recebo tantas lambidelas de gratidão.

Começámos por um gato, que nos escolheu a nós. Três anos depois decidimos arranjar-lhe companhia. E um ano depois outro bichano intrometeu-se na nossa vida para fechar as contas. Na verdade, se pudesse tinha um pequeno Zoo em casa, mas há que ter noção dos limites.

O "meu do meio" é um gato destrambelhado que pensa que é um morcego. Passava a vida a pôr-se do lado de fora das janelas, e eu em pânico só ouvia "é um gato, não cai". Algumas semanas depois de o termos recebido, caiu da varanda do segundo andar durante a noite. Não sabemos quanto tempo passou até que o vizinho nos batesse à porta, de manhã com ele na mão. Uma pata partida, uma operação e 300€ depois, ficou como novo. Eu é que nunca mais fui a mesma. Paranoica com as janelas. Além do episódio em que caiu, fui percebendo que ele não tem noção do perigo. Atirava-se para as janelas de qualquer maneira atrás de uma mosca, a fugir do "irmão" ou para apanhar algum pássaro que tinha passado na rua. Não fosse o vidro estar fechado e tinha voltado a cair uma e outra vez.

No início do mês de outubro, na véspera do dia do animal, o Weasley desapareceu. Segundo o L., deixou a janela do quarto apenas com uma fresta aberta mas ele conseguiu abrir mais e caiu. Demos por falta dele no máximo uma hora depois mas foi insuficiente para o encontrarmos. Nos dias seguintes corremos tudo à procura dele. Seguimos todas as dicas: levar comida, chamar por ele, colocar a areia dele na rua. Colocámos cartazes, publicámos no facebook. Fizémos tudo o que estava ao nosso alcance mas não havia sinal dele em lado nenhum. Se por um lado a ausência de noticias me deixava mais tranquila, por outro sentia um pânico enorme que, devido à queda tivesse havido alguma hemorragia e ele tivesse ficado caído nalgum lado. Os primeiros dias foram de um desespero indescritível. Chorava sempre que a minha cabeça deixava de estar ocupada. Não me conseguia conformar que ele tivesse um fim tão triste, quer fosse diretamente da queda, quer fosse do passar do tempo, da fome, do frio. Os dias foram passando e fui deixando de procurar. Comecei a pensar em retirar os cartazes, mas nunca o cheguei a fazer porque sentia que isso seria desistir. Claro que segui em frente, mas todos os dias pensava nele. Até que, na passada sexta-feira me ligaram para dizer que tinham visto o meu gato. Porque tinham visto um dos cartazes, que eu sabia que tinha que tirar mas não tinha coragem para o fazer. Sem grande esperança, no dia seguinte fui ao local e, logo que os nossos olhos se cruzaram, mesmo ao longe, o meu coração acelerou. Fui ter com ele e chamei-o, ao que ele respondeu com um miar assustado e aflito. Veio ter comigo e logo que olhei para a cara dele, magra e assustada, soube que era mesmo ele. Confirmei todos os pormenores, visiveis para qualquer pessoa, e os pormenores que só eu conheço. A cor dos olhos que mais nenhum gato tem, a mancha preta na pata que só eu vejo. Mesmo sabendo que estava imundo, provavelmente pejado de pulgas e carraças, abracei-o, apertei-o em todos os abraços que não lhe pude dar ao longo de quase um mês.

O meu Weasley está bem, está de volta e acho que vou colocar-lhe um GPS.

Para muita gente o que eu senti é descabido, é só um gato. Mas aquilo que eu senti foi surreal, bem doloroso e quem compreende a real ligação que estabelecemos com os nossos animais, compreende que o que se sente quando se perde um animal de estimação é como se uma parte de nós fosse arrancada e atirada para longe.

Felizmente a história tem um final feliz. 

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06
Set17

Experiência de vida: levar um encosto de uma vaca

Em agosto fomos a um lugar que já estava nos nossos planos há bastante tempo: o Parque Biológico da Serra da Lousã. Fomos adiando pelos mais diversos motivos, ora surgia uma despesa extra, ora estava um dia de sol e tínhamos era que aproveitar a praia, ora estava um dia meio farrusco e um museu ou monumento eram uma escolha mais segura.

O último fim-de-semana de agosto trouxe-nos dias amenos, com algumas núvens que até ameaçavam chuva, e decidimos que era a altura ideal. 

O parque superou as expectativas.

 

O passeio começa na zona dos animais de quinta onde existem, por exemplo, galinhas, cabras, porcos, vacas, e até gatos (eheh acho que estes não estavam nas contas). Nesta zona pode-se alimentar os animais com milho vendido na bilheteira (um saquinho custa 0,75€ e tem bastante milho). A M. que tem uma paixão por cabras, mas que se assusta com animais um pouco maiores, até às vacas deu milho. 

Além dos animais de quinta, há ainda uma série de outros animais que não vemos com tanta facilidade, como furões, aves de rapina, raposas, lobos, javalis e corços. 

Eu ia com particular curiosidade para ver os ursos e os linces. Já fui ao Jardim Zoológico quase de própósito para ver o Lince Ibérico, mas ele não se quis mostrar. Apesar de no Parque Biológico da Serra da Lousã o Lince ser Euroasiático, fiquei bastante feliz de os ver. Na primeira ronda que fizémos pelo parque os ursos estavam a dormir a sesta, mas acabaram por aparecer.

 

Além de animais, há ainda bastantes plantas e árvores de fruto. As árvores do parque são autóctones e há ainda um viveiro de árvores para reflorestar a zona com a nossa flora.

Foi sem dúvida um dia bem passado e um local que recomendo, com ou sem crianças. Há restaurantes em volta do parque e podem entrar e sair as vezes que quiserem, ao longo do dia. 

Eu ainda trouxe uma recordação. Esta menina aqui em baixo deu-me uma marradela no braço que veio de lá com uma nova cor. Amigas como antes, e ainda tenho uma história para contar. (Não foi propositado, eu estava a fazer-lhe festas e ela num movimento felino de satisfação bateu-me com o corno no braço)

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Está com ar arrependido, não está? 

 

 

 

24
Jun17

Feeeeerias 1ª volta! #5

O segundo dia em Roterdão foi para visitar um local que não estava nos planos, mas como disse no post anterior, como conseguimos ver quase tudo no primeiro dia, e só tínhamos autocarro ao fim da tarde, o tempo tinha que ser ocupado.

O L. descobriu que havia um Zoo na cidade e não se calou com o assunto. Eu, como excelente namorada que sou, acedi às suas vontades e lá fomos.

Na ida para lá atravessámos um parque onde havia vários campos de jogos e em cada um havia grupos de crianças, de várias escolas, a brincar. Eram pequenas e andavam livres, ao ar livre. Quando cada vez menos vemos isso em Portugal, fiquei feliz por saber que ainda há locais onde se valorizam estes momentos (o chamamento de Roterdão é forte). 

Para muitas pessoas os Zoos são prisões que exibem os seus reclusos, e em certa parte não deixa de ser verdade, mas são também espaços que fazem um enorme trabalho de preservação de espécies em risco. Estão cada vez mais "humanizados" e tentam recriar os habitats naturais, apesar de em alguns casos ser impossível.

O Zoo de Roterdão está muito bem organizado, uma vez que está dividido por áreas geográficas como África, Ásia, América do Norte, América do Sul, Austrália e Europa. É possivel ver algumas espécie que não existem em Lisboa e com algumas espécies é possível uma interação muito próxima. Por exemplo, há um tunel por baixo do habitat dos cães da pradaria, que permite aceder a um buraco no centro do seu território e interagir com eles.

Por minutos perdemos o nascimento de uma gazela, mas ainda vimos aqueles primeiros momentos em que a vida ganha toda uma outra dimensão e a pequena cria tentar colocar-se em pé.

 

 A zona da América do Sul é uma pequena recriação da Amazónia. Houve pessoas a desistir de visitar quando passaram da porta, a humidade é de tal ordem elevada que falta o ar, as roupas ficam imediatamente coladas ao corpo e o suor começa a correr em bica (eu sei que a descrição não é agradável, mas é o que é). Fora isso é um local bonito, onde podemos observar flora única. Havia imensas borboletas, de diversas espécies, mas são seres esguios e que não gostam de paparazzi, por isso só consegui fotografar duas espécies. Quanto aos nenúfares, dava para dançar o foxtrot lá em cima.

 Deixámos para último o espaço que mais cativou o L. a querer visitar este Zoo. Há uma espécie de oceanário, bem mais pequeno do que o nosso Oceanário de Lisboa, com menos espécies, mas com um pormenor que faz valer a pena a visita. Qual é o pormenor? Vejam vocês mesmos.

Isso mesmo, um tunel que passa por baixo do tanque. É lindo e vale muito a pena visitar.

Foi isto o nosso quarto dia de férias. O último antes de irmos para o destino final e mais aguardado.

Mas isto também significava que as férias estavam a chegar ao fim... 

 

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