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O melhor do Mundo

22
Fev18

Babyboom na blogosfera

Este ano vai haver bebés com fartura a nascer pela blogosfera. Bem, na realidade não é bem na blogosfera que a tecnologia ainda não dá para tanto, mas são crianças de papás que andam por aqui.

Neste caso, ainda bem que não posso ser considerada uma blogger de verdade, que não me calhava nada bem.

É a Mia Rose, é a Maria Vaidosa, é a Andreia Rodrigues, é o Carlos Bernardo, é a Pipoca (mais doce), ainda se espera uma notícia feliz da Daniela e da Isabel e provavelmente haverá mais umas quantas barriguinhas a crescer (ou à espera disso). 

Força pessoal que o país precisa de bebés. Parabéns, sejam felizes!

 

Ah! Quanto à Pipoca, estava a brincar, mas o mundo já merecia mais um Mateus que o miúdo é giro que se farta. 

 

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(imagem retirada da net)

27
Jan18

Paixão e Amor

Sempre me lembro de ouvir falar de paixão e de amor.

De serem descritos como sentimentos tão diferentes como o sol e a chuva, mas que, tal como o sol e a chuva, cada um tinha o seu valor e a sua importância no crescimento. Como o sol e a chuva, cada um tinha a capacidade de nos aquecer no momento certo das nossas vida.

Lembro-me de ouvir dizer que a paixão qualquer um sentia, que era um sentimento fácil, de vislumbre e de deslumbre.  Um sentimento jovem e desprendido, intenso mas passageiro. A paixão é, no fundo, como o sol. É fácil sentir o coração ao pulos e a felicidade transbordar num dia de sol. É fácil lidar com um dia de sol, basta abrir as janelas e respirar fundo. Mas todos os dias de sol acabam, irremediavelmente, com a noite. A luz vai-se apagando, deixando apenas o escuro, o desconforto, a insegurança do fim de algo bom. O que virá depois?

Mas o amor... O amor não acaba com a noite. Tal como a chuva, que por vezes até cai com mais força quando o sol desaparece. Talvez por ser um sentimento mais maduro, um sentimento que dá trabalho mas também gozo, conforto e segurança. Quem sabe apreciar um dia de chuva, sabe ver para além das aparências, sabe aproveitar as coisas boas do que à partida seria mau. Num dia de chuva não se podem abrir janelas, nem sair para a rua sem um plano. Mas pode-se aproveitar o conforto e o romantismo, a melancolia e a tranquilidade. O amor é um sentimento capaz de ligar duas pessoas para a vida, é o barco que ajuda a atravessar tempestades, o berço que acolhe e aconchega, o teto que protege. 

Apenas recentemente consegui descobrir que estas diferenças são reais. Que estes sentimentos não são, de todo, sinónimos. Talvez por nunca ter pensado muito nisso, talvez por pensar que era apenas conversa de gente que se acha cheia de vida e de ensinamentos.

Consigo identificar o momento concreto em que a flor do amor cresceu o suficiente para absorver a paixão e fazer dela o seu alimento. Consigo identificar o momento preciso em que percebi que entre mim e o L. deixou de ser paixão e passou a ser, simplesmente, amor. Sim, simplesmente. Porquê pôr tanta cor, porquê garrir tanto algo que tem tanta mais beleza na simplicidade de simplesmente ser e sentir.

Hoje olho para ele, mesmo nos momentos mais dificeis, e consigo perceber que são esses momentos que nos dão força e que nos aproximam mais. Consigo perceber que, por nos termos mantido juntos nos momentos menos bons, e nor termos ajudado mutuamente, por termos visto tanto um do outro, estamos irremediavelmente unidos, por amor. Consigo perceber que é nele que está o meu "abraço-casa", olho para o futuro e não consigo, mesmo nos momentos mais dificeis, imaginá-lo sem ele.

É talvez este entendimento que não é tudo perfeito, que nem sempre são dias de sol e de sentimentos despreocupados, esta capacidade de apreciar os dias de chuva, que levam do amor à paixão. É conseguir fazer esta viagem que transforma um namoro numa relação de amor. Que permitem que as semanas se transformem em meses e os meses em anos. 

Como diz o Ruy de Carvalho, "Não é fácil viver em casamento. Inicialmente a parte dominante é a sexual, mas há gente que não pensa que 23 horas e meia são para viver a vida, com maus cheiros, doenças, com ir à casa de banho, com mau hálito, com o ressonar... Há aquele momento muito bom, mas é preciso que os outros sejam muito melhores."

 Admito, já senti inveja de relações "perfeitas", com fotografias bonitas, vidas aparentemente felizes, paixões com muita cor. Mas quando a chuva veio, levou com ela as cores e sem elas a paixão não teve força para virar amor. Estas relações desapareceram mas nós continuamos aqui, porque conseguimos encarar todos os momentos maus e mesmo aqueles momentos naturais e pouco glamorosos como a Vida, a vida que queremos viver juntos, apesar de tudo.

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04
Dez17

Um fim-de-semana de trabalho também pode ser bom?

Pode pois.

Houve, há umas semanas, um fim-de-semana corrido, com diversos trabalhos em mãos, mas que soube a mel e a chá de limão quentinho. Quero dizer que, apesar de cansativo foi um fim-de-semana tão bom que podia repetir-se sempre. 

O sábado começou cedo. Levantei-me e, de roupa velha no corpo preparei-me para sair. Beijinho no L., que devia estar para lá dos sonhos depois de ter trabalhado até de madrugada. Beijinho na M que, voluntaria ocasional estava cansada e optei por deixar ficar no quentinho da cama, desta vez. Passei a manhã no abrigo da APA, entre cocós e lambidelas, mas é um "trabalho" sempre recompensado. São muitas as vezes que não apetece ir, não minto, mas saio de lá sempre revitalizada e infinitamente mais rica, emocionalmente. Depois do almoço e já na companhia dos meus companheiros de festa, fomos para a casa de campo. Mentira, isso queria eu. Mas fomos até à aldeia, onde apanhámos laranjas e tangerinas das árvores sempre na companhia de uma ovelha de lã cinzenta da poeira, mas ainda assim a convidar a um aconchegante abraço.  Seguiu-se a lenha. Cortar, pôr no carro, acartar para o sotão (é daquela lenha de qualidade que aquece 3 ou 4 vezes, isto sim é economizar). Deixar o robot a fazer o jantar e o bolinho e tratar do banhos. E da lareira. A primeira vez que acendemos a lareira na nossa casa.  Uma felicidade tão simples que ainda hoje me deixa de sorriso no rosto. O serão foi passado entre abraços e chá, bolo e Harry Potter. Pode lá haver melhor serão!

Desde que passados com quem amamos, e sem o tic tac do relógio a martelar constantemente na cabeca, até um fim-de-semana de trabalho nos consegue fazer sentir donos do mundo. Havemos de "comprar" mais fins-de-semana destes, comprar com tempo. Tempo para nós, para cada um de nós e para os outros. Tempo para respirar e para contemplar. Tempo para abraçar. Experimentem abraçar com tempo e vão ver como fica tudo mais claro. Tempo é dinheiro e se, hoje em dia, o nosso sucesso se mede pelo nosso dinheiro, deixemos que seja também medido pelo tempo que passamos a fazer o que realmente nos torna felizes. Não com o que nos deixa felizes porque essa felicidade é passageira, mas com o que nos transforma em pessoas felizes. 

Amem com tempo e vivam sem pressa. Talvez uma resolução de ano novo?

26
Nov17

Descobrir a magia da pré-adolescência

Não tenho filhos. Quando vejo mães e pais com crianças que aparentam ter entre os 9 e os 13/14 anos, que estão ali numa fase em que não são carne nem peixe, em que já deixaram de ser crianças mas ainda não se sabe bem o que são, penso: deve ser uma seca. Penso, qual será o encanto desta fase?

Nestas idades, já não são as crianças com toda a sua ingenuinidade e graça, mas também ainda não são adolescentes, divertidos e desafiantes, e estão longe de ser os adultos companheiros que se deseja.  

A M. tem atualmente 9 anos. Conheci-a com 5 e, apesar de não ter vivido a fase mais infantil, a fase da descoberta do mundo concreto, sinto que já crescemos um pouco juntas.

A M. está a mostrar-me que esta fase, em que andam ali perdidos entre o ser e o não ser também tem o seu encanto. Aos 9 anos começam a mostrar, de forma mais inequívoca, a pessoa que serão. Aos 9 anos começam a estar mais alerta para o abstrato, para as relações entre as pessoas, para os sentimentos, para o significado das coisas. Começam a querer saber a verdade das coisas, a essência. Dão-nos sinais que estão mais atentos ao que acontece todos os dias, que pensam nos pequenos momentos e nas pequenas coisas que vão acontecendo à sua volta. 

O último fim-de-semana em que a M. esteve cá em casa deixou-me o coração tão cheio que, se tivesse dinheiro (e autorização) partia com ela numa viagem sem calendário. Uma viagem de descoberta para poder sorver esta fase tão boa.

Apesar de não ser mãe dela, e de não me caber a mim a função educativa, sinto que lhe devo passar alguns valores, que para mim são fundamentais. Porque sinto que há valores que se estão a perder e que, tendo eu oportunidade de os perpetuar com alguém das gerações que se seguirão à minha, tenho o dever de o fazer. Levo a M. comigo aos peditórios do Banco Alimentar e ao abrigo da Associação protetora dos animais. Converso com ela sobre assuntos que nos entram pela casa através da televisão, da internet ou dos livros, como a homossexualidade, a igualdade de género, o racismo, sobre o facto de não podermos por no mesmo saco toda a gente que tenha uma característica comum porque alguns deles fazem coisas más (ciganos, "pretos", muçulmanos, ...), sobre o facto de não termos o direito de gozar e inferiorizar alguém porque é diferente (porque é mais gordo ou mais magro, porque tem o nariz torto, porque tem uma defeciência, ...). Por vezes não uso as palavras concretas, por vezes não falo concretamente no assunto, mas entre as palavras proferidas fica a semente para a consciencialização.

No último fim-de-semana cá em casa, quando estava para regressar a casa da mãe, a M. pediu-me para levar um livro que comprei quando fiz estágio numa escola. Um colega de turma tinha andado a "gozar" com uma menina por ser mais gorda e ela queria pedir à professora que lesse o livro na aula. O facto de ela ter achado a atitude do colega errada e querer fazer algo a respeito disso, deixou-me cheia de orgulho, deixa-me lágrimas nos olhos cada vez que penso nisso.

A M. é uma menina doce e alegre e fico feliz por ver que se está a tornar numa menina crescida, consciente e alerta para as injustiças, que está pronta a arregaçar as mangas para ajudar e para fazer o que é correto. Esta foi apenas uma das situações, nos ultimos tempos, em que ela me fez ver como esta fase é encantadora, à sua maneira. A M. não pode ver um animal na rua sem achar que temos que fazer algo, não pode ver um peditório sem achar que precisamos de ajudar, não pode ver uma pessoa a ser inustiçada sem querer intervir. 

Minha querida M., obrigada por me mostrares a beleza desta fase, a magia do crescimento e do desenvolvimento de menina a futura mulher, obrigada por me ajudares a manter a esperança num futuro justo.

01
Nov17

Perder um animal de estimação

Perder um animal de estimação foi das piores coisas que já vivi. Sempre tive animais de estimação, mas desde há uns anos comecei a sentir realmente a importância que têm na minha vida. Pela companhia que me fazem, pelo amor verdadeiro e puro que me ensinaram a sentir, os meus animais têm cada vez mais importância na minha vida.

Atualmente, como vivemos num apartamento, temos apenas gatos, e um projeto para ter peixes. Depois tenho também os meus meninos da Associação Protetora dos Animais local, os cães a quem dedico todo o meu carinho e de quem recebo tantas lambidelas de gratidão.

Começámos por um gato, que nos escolheu a nós. Três anos depois decidimos arranjar-lhe companhia. E um ano depois outro bichano intrometeu-se na nossa vida para fechar as contas. Na verdade, se pudesse tinha um pequeno Zoo em casa, mas há que ter noção dos limites.

O "meu do meio" é um gato destrambelhado que pensa que é um morcego. Passava a vida a pôr-se do lado de fora das janelas, e eu em pânico só ouvia "é um gato, não cai". Algumas semanas depois de o termos recebido, caiu da varanda do segundo andar durante a noite. Não sabemos quanto tempo passou até que o vizinho nos batesse à porta, de manhã com ele na mão. Uma pata partida, uma operação e 300€ depois, ficou como novo. Eu é que nunca mais fui a mesma. Paranoica com as janelas. Além do episódio em que caiu, fui percebendo que ele não tem noção do perigo. Atirava-se para as janelas de qualquer maneira atrás de uma mosca, a fugir do "irmão" ou para apanhar algum pássaro que tinha passado na rua. Não fosse o vidro estar fechado e tinha voltado a cair uma e outra vez.

No início do mês de outubro, na véspera do dia do animal, o Weasley desapareceu. Segundo o L., deixou a janela do quarto apenas com uma fresta aberta mas ele conseguiu abrir mais e caiu. Demos por falta dele no máximo uma hora depois mas foi insuficiente para o encontrarmos. Nos dias seguintes corremos tudo à procura dele. Seguimos todas as dicas: levar comida, chamar por ele, colocar a areia dele na rua. Colocámos cartazes, publicámos no facebook. Fizémos tudo o que estava ao nosso alcance mas não havia sinal dele em lado nenhum. Se por um lado a ausência de noticias me deixava mais tranquila, por outro sentia um pânico enorme que, devido à queda tivesse havido alguma hemorragia e ele tivesse ficado caído nalgum lado. Os primeiros dias foram de um desespero indescritível. Chorava sempre que a minha cabeça deixava de estar ocupada. Não me conseguia conformar que ele tivesse um fim tão triste, quer fosse diretamente da queda, quer fosse do passar do tempo, da fome, do frio. Os dias foram passando e fui deixando de procurar. Comecei a pensar em retirar os cartazes, mas nunca o cheguei a fazer porque sentia que isso seria desistir. Claro que segui em frente, mas todos os dias pensava nele. Até que, na passada sexta-feira me ligaram para dizer que tinham visto o meu gato. Porque tinham visto um dos cartazes, que eu sabia que tinha que tirar mas não tinha coragem para o fazer. Sem grande esperança, no dia seguinte fui ao local e, logo que os nossos olhos se cruzaram, mesmo ao longe, o meu coração acelerou. Fui ter com ele e chamei-o, ao que ele respondeu com um miar assustado e aflito. Veio ter comigo e logo que olhei para a cara dele, magra e assustada, soube que era mesmo ele. Confirmei todos os pormenores, visiveis para qualquer pessoa, e os pormenores que só eu conheço. A cor dos olhos que mais nenhum gato tem, a mancha preta na pata que só eu vejo. Mesmo sabendo que estava imundo, provavelmente pejado de pulgas e carraças, abracei-o, apertei-o em todos os abraços que não lhe pude dar ao longo de quase um mês.

O meu Weasley está bem, está de volta e acho que vou colocar-lhe um GPS.

Para muita gente o que eu senti é descabido, é só um gato. Mas aquilo que eu senti foi surreal, bem doloroso e quem compreende a real ligação que estabelecemos com os nossos animais, compreende que o que se sente quando se perde um animal de estimação é como se uma parte de nós fosse arrancada e atirada para longe.

Felizmente a história tem um final feliz. 

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