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O melhor do Mundo

16
Set19

Berlim

Voamos para Berlim logo pela manhã. Tentamos sempre apanhar o voo de ida bem cedo para ainda conseguirmos aproveitar parte desse dia para explorar o destino. Assim que saímos do terminal do aeroporto, sentimos um frio cortante, bem diferente daquele a que estamos habituados. Foi calçar luvas, pôr gorros e cachecóis e partir à procura do comboio. Tivemos algumas dificuldades pois estava tudo em alemão (normal), mas lá nos desenrascamos e chegámos rapidamente ao centro da cidade.

Como viajávamos com mochila (desistimos dos trolleys) decidimos passar no Hostel para tentar deixar as malas, antes do check-in, pois tínhamos um tour a pé agendada e andar com a mochila às costas não seria muito agradável. Ficámos no East Seven Berlin Hostel, onde foram super acessíveis e acolhedores.

O caminho até ao Hostel demorou mais do que o programado e acabámos por perder a hora da tour. Por sorte, ia a passar no Hostel uma pessoa de outra empresa, a convidar os hóspedes para a tour deles, e acabámos por aceitar o convite. Tivamos imensa sorte com o guia. Um jovem australiano que foi para Berlim estudar história e acabou por ficar na cidade. Dava um ótimo professor de história pois consegue narrar os factos com precisão, sem ser massador e com algumas piadas pelo meio, para aliviar a tensão que a História carrega. Conhecemos todos os pontos principais, ao longo de duas horas, e ainda passamos por alguns locais que provavelmente não teríamos conhecido, como o sitio onde estava o bunker do Adolf Hitler.

Ainda no decorrer do tour, passámos pelo Holocaust Memorial (Memorial to the Murdered Jews of Europe). Aqui, o guia sugeriu cada um atravessar a área no sentido que quisesse, e no tempo que necessitasse. Chegádos ao outro lado, fomos convidados a partilhar as sensações que tivémos. O que sentimos não se consegue explicar bem, mas parecia que estávamos dentro de um cemitério, com lápides gigantes. Senti-mo-nos a ser apertados a cada passo, a respiração a ficar mais dificultada. Parecia que estávamos presos, apesar de sabermos que, em qualquer direção chegaríamos à saída, pois não existem paredes, apenas blocos de cimento espaçados. 

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Depois de terminado o tour, ainda passeámos mais um pouco pela cidade e fomos visitar alguns locais que tinham sido mencionados no tour, mas que não tinhamos visto de perto. Neste dia, fizemos cerca de 30 Km a pé, mas valeu bem a pena. Não usámos transportes públicos simplesmente porque não se proporcionou, fomos andando a pé e foi correndo bem, sentimo-nos bem, até cairmos na cama...

Os edíficios em Berlim apresentam ainda muitas marcas da II Guerra Mundial. As paredes apresentam buracos, de várias dimensões, há estátuas danificadas. Li há um tempo que havia uma proposta para se retirar a época desta Guerra dos manuais escolares, mas os alemães ter-se-ão manifestado contra, pois a memória das brutalidades cometidas é importante para que algo semelhante não se repita. Partilho desta filosofia.

À noite fomos conhecer a East Side Gallery. Trata-se de uma fração do Muro de Berlim onde foram feitos diversos murais e escritas muitas mensagens. 

No dia seguinte, "perdemo-nos" novamente pela cidade. Fomos para a zona da Bernauer Strasse, onde existe imensa informação sobre o muro de Berlim, existem fotografias, quadros informativos e marcas no chão que indicam por onde passava o muro, onde foram feitas as escavações para tuneis de escape, etc. Há ainda um local onde se consegue ver para dentro de uma parte  do muro que permanece intacta. O muro de Berlim era, na verdade, constituído por dois muros paralelos, dentro dos quais havia uma série de engenhos para impedir fugas (ou tentativas de). Se, tal como era nosso objetivo, também tiverem interesse em saber mais sobre esta época histórica, vale muito a pena conhecerem esta zona.

À tarde tinhamos autocarro para a cidade seguinte, e fomos para a zona da estação. Estávamos perto do Reichstag e aproveitámos para passear mais um pouco nesta zona.

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Chegada a hora do autocarro, o L. foi beber um café e, como não via autocarros na zona, e muito menos da empresa onde íamos, enquanto esperava lembrei-me de ir ao GPS confirmar o local exato onde devíamos apanhar o autocarro. E era a uns belos km de distância, onde nunca conseguiriamos chegar a pé. Havia duas estações com nome semelhante, uma de comboios e uma de autocarros e os totós estavam na dos comboios. Tivémos que apanhar um Táxi, com um senhor bem mal encarado, mas conseguimos chegar a tempo à estação. 

Gostámos muito de conhecer Berlim. Eu tinha pesquisado bastante e tinha lido muito sobre a cidade, por isso ia com uma expectativa elevada que não foi de todo defraudada. O L. ia com pouca expectativa e ficou surpreendido pela positiva. Apesar de em Berlim não termos tido muito contacto com as pessoas (o L. é ótimo a meter conversa), gostamos muito de conhecer a cidade. Como disse aqui, o intuito desta viagem era conhecer mais e melhor aspetos relacionados com a II Guerra Mundial e esta passagem por Berlim girou muito à volta desse tema. Havemos de voltar um dia, para ver a cidade de outra perspetiva e conhecer o que ficou para trás.

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