Apesar de a ecologia ter que ser pensada de forma global, há determinados aspetos, das rotinas e necessidades de cada sexo, que são específicas e que têm que ser pensadas dessa forma individual.
Por isso mesmo, decidimos criar uma série de publicações sobre este tema em que vamos falar sobre algumas mudanças ou adaptações que já fizemos, apesar de o caminho ainda ser longo.
Na escola, falámos das diferentes características físicas de cada sexo e das implicações que isso teria no dia a dia de cada um. Em casa, falámos também do assunto e ensinaram-nos como lidar com essas características, nomeadamente com a menstruação.
Esta primeira publicação sobre o tema, vai pois ser sobre menstruação e o assunto vai ser abordado sem tabus e sem rodeios pois pretendo que a experiência na primeira pessoa seja, acima de tudo, elucidativa.
Há cerca de 20 anos, quando tive a primeira mentruação, as alternativas que me foram apresentadas para enfrentar estes dias foram duas: penso higiénico e tampão. Nunca achei graça a nenhum dos dois, eram dias horríveis e de desconforto, quando o método escolhido era o penso, mesmo quando trocado com frequência, o odor era horrível e sentia imenso o escorrimento da mentruação, mas não tinha alternativa e tinha que aguentar.
Normalmente utilizava o penso, mas nos últimos tempos optei por usar sempre tampão, por achar o penso muito desconfortável. Continuou a ser um martírio pois, com o passar dos dias o canal começava a ficar muito seco e tornava-se um tormento colocar o tampão.
Foi nesta altura que comecei a dar alguma atenção ao copo menstrual. Já tinha ouvido falar desta alternativa, no entanto a minha primeira reação tinha sido de repúdio. O conceito fazia-me confusão - recolher a menstruação num copo, no qual iriamos segurar, para despejar e voltar a colocar - e não me interessei por ele durante algum tempo.
Quando a minha irmã me disse que já tinha comprado há alguns meses, e que estava super satisfeita, que era o método mais confortável que conhecia (e ela pratica imenso desporto) e que era bastante prático, fiquei ainda mais interessada.
Fiz bastantes pesquisas (blogs, sites das marcas, youtube, etc) mas ainda assim adiei durante um tempo a compra, por ser um investimento ainda considerável (mito), mas desde que dei o passo que considero que foi a melhor coisa que fiz. Hoje os dias da menstruação, apesar de obviamente não serem nenhum sonho, são muito mais confortáveis e normalmente até me esqueço que estou nessa altura do mês.
Vou enunciar algumas vantagens do copo menstrual mas aconselho, naturalmente, a fazerem as vossas pesquisas.
1- Conforto: foi propositadamente colocado como primeiro ponto pois é mesmo muito confortável. O copo encaixa perfeitamente no nosso corpo e cria um vacuo que o segura no lugar. É tão confortável que me esqueço mesmo que o estou a utilizar.
2 - Segurança: são cada vez mais as notícias que dão conta dos químicos presentes nos pensos higiénicos e tampões. Acresce o facto de, ainda que com trocas frequentes, o sangue estar algum tempo em contacto com a pele, podendo causar complicações. O copo menstrual é feito com silicone médico e não causa secura, infeções e não agride a flora vaginal.
3 - Ambiente: já pensaram na quantidade de pensos higiénicos/tampões que uma mulher deita para o lixo ao longo da vida reprodutiva? É um número abismal e preocupante. O copo menstrual pode durar até 10 anos. É fazer as contas à quantidade de lixo que não vamos mandar para o aterro (ou sabe-se lá para onde).
4 - Preço: quando acima referi que era mito ser um investimento grande, é mesmo. Quando comprei o meu não havia opções a menos de 30€ mas agora até já há mais baratos. Mas ainda que se mantivessem os 30€, basta calcular de quanto tempo precisaríamos para gastar esse valor em absorventes. Daí até ao fim do ano é lucro. E durante mais 9 anos.
5 - Praticidade: ao contrário dos pensos higiénicos e dos tampões, que têm que ser trocados várias vezes ao dia, tanto por questões de higiene como por questões de saúde (e até pelo conforto/capacidade de absorção), o copo menstrual aguenta bem 12 horas e até nos guias a troca duas vezes por dia é tida como suficiente. Quer isto dizer que, despejo/lavo de manhã e à noite e é suficiente. Imaginem um dia de praia em que tinham que passar o tempo todo a ir trocar o tampão, com o copo menstrual esse problema desaparece.
Além do copo menstrual há outra alternativa que também começa a ganhar expressão, mas essa não me chama de todo a atenção: os pensos reutilizáveis. Tudo o que referi anteriormente relativamente aos absorventes descartáveis deve aplicar-se nesta situação (à exceção do custo - monetário e ecológico), com a agravante de que ainda não consegui perceber onde guardaria os pensos que trocava ao longo do dia.
Se estiverem interessadas em mudar, pesquisem bastante para perceberem qual o melhor método para vocês e, em caso de dúvida, porque não falar com o ginecologista?
Fiz a simulação abaixo no site da OrganiCup e podem ver a minha poupança em dois parametros acima referidos. Façam vocês também o cálculo e vejam quanto podem poupar.